E SE TUDO DER ERRADO?

Entramos 2021 otimistas com as perspectivas para os mercados de ações aqui no Brasil e também lá fora. A eleição de um presidente democrata nos EUA, os trilhões de dólares injetados como estímulo e a chegada das vacinas contra o Covid-19 embasam nossa convicção.

Mas essa primeira semana do ano nos forçou a fazer algumas reflexões e lembrar de tempos longínquos que nem todos os gestores da moda vivenciaram. Os tempos de inflação elevada e consequente perda de valor da moeda; a forte depreciação do real e o stress na curva de juros realmente acendem uma luz amarela.

Na verdade, nesse início de ano, tivemos uma mensagem clara dos mercados: estamos em um ciclo longo de alta nas commodities refletido nas altas do minério de ferro, aço, soja, milho, petróleo, bitcoin e ouro. Em parte, a causa disso é a gigantesca liquidez mundial causada pelos estímulos para combater a crise da Covid-19 tendo como consequência principal o risco de inflação pela frente.

Aqui no Brasil o quadro se agrava muito com a nossa fragilidade fiscal e com a incapacidade dos políticos de avançar com as reformas tão necessárias.

Mas o que fazer diante desse cenário? O que muda na nossa visão de longo prazo?

Para responder a essas perguntas precisamos voltar ao final da década de 80 e a toda a década de 90 quando a inflação reinava por aqui, mas com uma grande diferença: os juros praticados eram estratosféricos, e mesmo assim a consequência que víamos a um cenário de inflação e descontrole fiscal, era sempre a mesma: fuga para os ativos reais (ouro, Dólar, imóveis e ações).

Muitos dos que fazem o mercado hoje não viveram nessa época, não sabem o que um cenário desses significa. Nós sabemos!

Mas afinal o que muda no nosso cenário?

Não muda muita coisa, seguimos acreditando que estamos em pleno ciclo de alta de commodities e também do mercado de ações principalmente aqui no Brasil. Um eventual descontrole do fiscal que ainda nos parece improvável não mudaria esse quadro pois provocaria inflação e fuga para os ativos reais, muito mais agressiva, pois os juros estarão muito baixos.

Resumindo, a luz amarela que vimos acender essa semana com a desconfiança do mercado em relação ao fiscal é gasolina para alta das commodities e das ações.

Seguimos altistas!