Com a chegada do fim de ano, inicia-se também o período de semeadura da safra verão no Brasil. Segundo os últimos dados atualizados da StoneX, a safra de soja encontra-se 85,4% plantada enquanto milho verão 71,8%. Para o primeiro cultivo, assim como já discorrido em textos anteriores, é esperado que haja uma redução de margem do produtor, ao passo que o preço da commodity encontra-se estabilizado e os custos de produção aumentaram significativamente. A curva futura em Chicago ainda se encontra invertida, o que pode indicar uma maior pressão sobre os preços futuros. Em seu último Boletim de Monitoramento Agrícola, a Conab aponta um clima bastante favorável na evolução da semeadura nos principais estados produtores, tendo apenas algumas regiões apresentado a necessidade de replantio, no entanto, se tudo transcorrer como esperado, o Brasil deve apresentar um recorde de produção de soja atingindo 150 milhões de toneladas. Já para o milho as notícias são ainda mais animadoras. O primeiro navio com milho brasileiro deve zarpar para a China nos próximos dias e iniciar as relações comerciais entre os países nesse novo mercado.

Essa nova possibilidade abre um mercado gigantesco para a produção brasileira de milho e isso é extremamente positivo. Segundo o mesmo relatório da Conab, a semeadura do milho também se encontra em um ritmo avançado e positivo nas principais localidades produtoras.

Plantação de Milho no Paraná

Fonte: Jonne Ruiz/Bloomberg. https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2022/11/brasil-faz-sua-primeira-exportacao-de-milho-para-china.ghtml

            Os fatores de risco permanecem os mesmos:

1. Riscos climáticos do retorno do fenômeno do La Niña pode prejudicar a região sul do Brasil e pressionar a oferta de grãos;
2. Altas taxas de juros aumentam o custo do dinheiro e podem colocar alguns produtores mais alavancados em situação financeira complicada;
3. Recessão mundial pressiona o preço das commodities em Chicago e, consequentemente, o valor final para o produtor;
4. Riscos fiscais sobre a política do novo governo e novos impostos também assombram o setor.

Depois de 2 safras estelares, a agricultura brasileira caminha para o retorno ao seu patamar normal de lucratividade e margem. No entanto, em cenários macro e micro mais desafiadores, o mercado poderá recompensar os bons agricultores conferindo-lhes as posições de destaque na atividade produtora.

Agro é Top, Agro é Pop, FIAGRO é Agro!.

Publicado por

Gabriel Diniz Junqueira

Partner & Investment Analyst at Santa Fé Investimentos