ASPAS COM O GESTOR, FEVEREIRO 2025

O mês de fevereiro foi caracterizado por uma acentuada aversão ao risco nos mercados globais, impulsionada pelo agravamento dos receios em relação a uma potencial recessão nos Estados Unidos e pela intensificação das medidas protecionistas adotadas pelo governo Trump. A imposição de tarifas a parceiros comerciais estratégicos, como China, Canadá e México, aliada à divulgação de indicadores econômicos menos robustos, ampliou as incertezas quanto à estabilidade do crescimento global, resultando em correções expressivas nos principais índices acionários.
Cenário Macroeconômico
O ambiente político e econômico permaneceu desafiador, tanto no cenário doméstico quanto no internacional. No Brasil, observa-se uma intensificação das incertezas institucionais, refletida na deterioração da popularidade do governo e nas dificuldades para a tramitação do orçamento de 2025. O aprofundamento das disputas políticas, somado à ausência de diretrizes fiscais e monetárias mais claras, contribui para um ambiente de maior volatilidade, impactando negativamente a percepção dos investidores.
No contexto internacional, os sinais de desaquecimento da economia norte-americana intensificaram as preocupações com uma possível recessão. A divulgação de dados do mercado de trabalho, produção industrial e consumo abaixo das expectativas reforçou a percepção de um período de crescimento mais moderado. Ademais, a postura mais agressiva da administração Trump no campo comercial tem aumentado as incertezas, especialmente com a adoção de novas tarifas que impactam cadeias produtivas globais, pressionando a confiança dos agentes econômicos e dos investidores institucionais.
Desempenho dos Índices e Fundos
Nos Estados Unidos, os mercados refletiram esse ambiente adverso, com o S&P 500 registrando uma queda de 1,4%, o Dow Jones recuando 1,6% e o Nasdaq apresentando uma desvalorização mais pronunciada, de 4,0%. No Brasil, o Ibovespa acompanhou essa tendência de retração, encerrando o período com queda de 2,6%, enquanto o índice de small caps cedeu 3,9%. O ETF EWZ, que representa o mercado brasileiro no exterior, depreciou-se em 4,8%, refletindo, adicionalmente, a valorização do dólar, que se apreciou em 0,8%.
No que se refere ao desempenho de nossos fundos, o SF Aquarius FIM demonstrou notável resiliência ao registrar uma leve retração de 0,06%. O SF Scorpius FIA apresentou uma desvalorização de 1,86%, superando seu benchmark no período. Por fim, o SF Agro Hedge FIM, impactado por diferentes dinâmicas das empresas dos seus setores, encerrou o mês com uma desvalorização maior.
Empresas em Destaque
- Aura Minerals (AURA33): Beneficiou-se da alta do ouro em meio à maior aversão ao risco global, consolidando-se como um dos destaques positivos do portfólio.
- Embraer (EMBR3): Apresentou resultados financeiros robustos e consistência operacional, sustentando sua valorização no mês.
- Mercado Livre (MELI34): Demonstrou crescimento sólido no setor de tecnologia e e-commerce, reforçando sua posição de liderança na América Latina.
- Alibaba (BABA34): Impulsionado pela expansão da economia chinesa e pelo avanço da empresa no desenvolvimento de soluções de inteligência artificial.
Perspectivas
Nos próximos meses, a atenção dos mercados permanecerá voltada para os desdobramentos do cenário econômico norte-americano e para a evolução das medidas comerciais implementadas pelo governo Trump. No Brasil, a definição do orçamento para 2025 e a condução da política econômica seguirão como fatores determinantes para o comportamento dos ativos locais. Seguiremos acompanhando atentamente as decisões do Banco Central quanto à política monetária, especialmente no que tange à sua capacidade de mitigar os impactos da volatilidade cambial e da inflação.
Mantemos nosso compromisso com uma gestão diligente e fundamentada, sempre buscando a melhor alocação de capital para proteger e valorizar os investimentos em um ambiente de incertezas.
Atenciosamente,
Equipe de Gestão Santa Fé