Ontem tive o privilégio de participar de um encontro exclusivo promovido pelo Private da XP em parceria com o escritório tributarista Cepeda. O objetivo foi dissecar as recentes alterações nas regras do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).

Antes de prosseguirmos, faço duas ressalvas essenciais: 1. Não sou advogada e 2. Não tenho a pretensão de ensinar ou opinar tecnicamente sobre o tema. Meu intuito é compartilhar os pontos centrais discutidos, que impactam diretamente nosso planejamento financeiro.

O “Imposto de Renda Mínimo” e a Retenção de Dividendos

A grande mudança gira em torno da criação de uma espécie de “imposto de renda mínimo” para pessoas físicas. O ponto de maior atenção é a retenção de 10% sobre os dividendos distribuídos acima de R$50.000,00 por CNPJ.

A lógica por trás da lei tenta equilibrar a carga tributária total através de uma compensação ao final do exercício, em um cálculo que considera todas as fontes de receita e a tributação da fonte pagadora.

O pensamento racional é o seguinte: Se você é empresário e sua empresa já paga uma carga tributária alta, você pagará imposto ao receber os dividendos? Sim. Porém, há uma compensação: pessoas jurídicas que pagam mais impostos tendem a distribuir dividendos “mais leves” no ajuste da pessoa física, enquanto fontes que pagam menos podem gerar uma tributação maior no recebimento.

O peso do imposto e o abismo da contrapartida

É fato: vamos pagar mais impostos. Mas por que isso nos incomoda tanto? A resposta não está apenas no valor, mas na percepção de que o destino desse recurso não retorna para a sociedade de forma eficiente. No Brasil, pagamos cada vez mais e sentimos cada vez menos os efeitos práticos.

• Segurança: A insegurança pública no Brasil impulsiona mercados de proteção privada que batem recordes sucessivos. Em 2024, o país atingiu a marca histórica de 34,4 mil novos carros blindados — um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Hoje, a frota de civis protegidos por blindagem no Brasil já ronda os 400 mil veículos.
• Saúde: Embora o SUS atenda a imensa maioria da população, o subfinanciamento crônico empurra as famílias para a rede privada. Atualmente, os gastos privados com saúde já correspondem a cerca de 60% do gasto total do setor no país, evidenciando que quem pode, paga duas vezes para ter assistência.
• Educação: A distância entre o ensino público e o privado continua alarmante. No último ENEM, das 500 maiores notas de redação, 483 vieram de escolas particulares e apenas 17 de escolas públicas. Em Matemática, a média das escolas privadas chegou a ser 115 pontos superior à das públicas.

Nem tudo é imposto, existem escolhas

Não trago uma solução para as novas alíquotas, mas trago uma alternativa para o uso do seu dinheiro. Nem tudo é imposto, existem escolhas.

Você sabia que pode redirecionar até 7% do seu imposto de renda devido (modelo completo) para projetos incentivados? Em vez de enviar o valor para o caixa único do governo, você pode investir diretamente em transformações sociais comprovadas.

A Santa Fé, que desde 1980 é mantenedora do Lar da Bênção Divina, é a prova de que o imposto bem investido muda destinos. O impacto do LAR não é estatística, é vida real:

• Música e Profissionalização: Possuímos uma orquestra com mais de 100 integrantes, onde 25 jovens formam um grupo de câmera semiprofissional. Eles se apresentam em empresas e eventos e recebem bolsas, transformando talento em renda. 
• Empreendedorismo Feminino: Somente em 2025, formamos 200 mulheres em corte e costura, fomentando a autonomia financeira e o empreendedorismo local.Algumas já estão produzindo para marcas de renome presentes em grandes centros comerciais do Brasil. 
• Inovação Social: Nossos alunos do LABMAKER desenvolveram uma metodologia premiada de ensino de biologia para cegos.
• Expansão no Sul da Bahia: Estamos dobrando nossa atuação por lá, expandindo do futebol para atividades de cultura e circo, levando dignidade a ainda mais jovens.

Faça seu imposto trabalhar por quem precisa

Com apenas um clique, você pode calcular quanto do seu imposto pode ser redirecionado para o Lar da Bênção Divina. Todo valor redirecionado será ou debitado do imposto a pagar ou somado à sua restituição. Não custa um centavo a mais para você, mas vale o futuro de 850 pessoas impactadas anualmente.

Onde você prefere ver o seu dinheiro: perdido na burocracia ou transformado em música, educação e renda?

Publicado por
Fernanda Lancellotti
Partner & Head of Investor Relations at Santa Fé Investimentos