3 MOTIVOS PARA NÃO SE AVENTURAR EM IPOs
2020 vai ficar na história como o ano da pandemia do Covid-19 e também dos IPOs. 12 até meados de setembro e mais alguns agora em outubro.
Empresas dos mais variados setores se aventuraram a ofertar suas ações na B3. Várias construtoras, empresas de Internet, varejistas, petshop e até sites de compra e venda de roupas usadas!
Mas, como diz o ditado, “Nem tudo que reluz é ouro “, o resultado para o investidor que tentou surfar essa onda, não foi dos melhores, com algumas raras exceções, como a provedora de serviços de Internet Locaweb, queridinha do mercado, e que se valorizou de forma estelar na esteira das techs americanas.
Preferimos, em tese, não participar de IPOs por 3 motivos básicos:
1) Não temos um histórico da empresa para avaliar questões como governança, extremamente importante quando aplicamos nosso filtro qualitativo e não achamos suficiente simplesmente conhecer a equipe de gestão e seus números, sem poder constatar, na prática, como será seu comportamento como empresa aberta e listada, principalmente em momentos de stress.
2) Sem um histórico de negociação, não conseguimos aplicar nosso modelo quantitativo que nos mostra como está o fluxo dos investidores para essa empresa. Esse indicador é fundamental na nossa abordagem de análise do mercado.
3) Não concordamos com a flexibilidade dos critérios usados no processo de “bookbuilding” que premia os investidores que participarão da oferta. Esse critério é totalmente subjetivo e quem realmente leva, em geral, são os “amigos do rei”, grandes gestores, com capacidade de ofertar lotes grandes que muitas vezes servem de âncora para a oferta, ou seja se sobrar para os outros investidores, provavelmente a oferta será um fracasso.
Resumindo, preferimos fazer o que sabemos, investindo nas empresas que se enquadram em nossos modelos, deixando para os “amigos do rei” os ganhos carimbados com a onda de IPOs.