O mês de março foi bastante turbulento.
Crise bancária americana, seus desdobramentos e a rápida atuação das autoridades monetárias pelo mundo visando conter um eventual contágio como aconteceu em 2008. Esse novo ingrediente mudou a visão dos investidores quanto à continuidade dos aumentos de juros pelo FED nos EUA. A crise bancária pode impactar a economia poupando mais ajustes no juros. Os próximos indicadores de inflação e do mercado de trabalho mostrarão o tamanho desse impacto. Seguimos otimistas com o mercado americano e chinês. A perspectiva do fim do ciclo de alta nos juros provocou um movimento de alta nas ações de tecnologia onde vemos um bom upside.
Aqui no Brasil, seguimos patinando com o governo batendo cabeça em diversos assuntos e aguardando o tal Arcabouço Fiscal que finalmente foi divulgado no dia 30/3. A princípio o “PPT” apresentado trouxe aspectos positivos mas mostrou-se muito dependente de crescimento e arrecadação, com a PREOCUPANTE liberdade em caso de não cumprimento. A primeira impressão foi boa, mas vale ressaltar que o mercado massacrado está sedento por notícias ainda que menos promissoras.
Os preços das ações de excelentes empresas brasileiras parecem excessivamente descontados e a chegada do Arcabouço Fiscal para discussão no Congresso deve trazer algum alento e quem sabe até uma mudança no fluxo para as ações. O caminho para uma queda nos juros parece aberto e só uma questão de tempo. O início do ciclo de baixa nos juros por aqui é a chave para uma reprecificação dos ativos, na nossa opinião.
Publicado por
Paulo Battistella Bueno
Partner & Portfolio Manager at Santa Fé Investimentos