ASPAS COM O GESTOR, OUTUBRO 2024

A tradição da Santa Fé é redigir cartas trimestrais para comentários sobre os produtos e o cenário de mercado. No entanto, quando o momentum atropela o tempo, alguns destaques se tornam necessários. O IBOV encerrou o último mês com uma queda acumulada de 1,60%, mas esse número, por si só, não traduz tudo o que ocorreu nos últimos 30 dias.

Outubro foi uma verdadeira montanha-russa para os mercados locais e internacionais. As disputas municipais no Brasil e as eleições federais nos EUA, associadas ao crescente risco fiscal brasileiro e à possibilidade de novos estímulos na economia chinesa, ditaram o tom dos ativos. Esse cenário pressionou a curva de juros, que atingiu máximas históricas, assim como a valorização do dólar. Mesmo com essas oscilações, nosso portfólio respondeu bem ao momento, encerrando com as seguintes valorizações: Aquarius FIM +0,48%; Agro FIM -0,03%; e Scorpius FIA +1,20%.

Como destaques dos portfólios, trazemos algumas teses que vêm gerando alfa (ganho em relação ao benchmark) e valorizando nossas cotas:

  1. Aura Minerals (AURA33): A mineradora canadense foi o grande destaque de nossas carteiras, contribuindo com 0,63% de performance positiva. O cenário de incerteza global valorizou o ouro, principal commodity da empresa. Além disso, o crescimento da Aura, com a maturação de várias minas e uma nova aquisição, deve destravar ainda mais valor.
  2. Plano & Plano (PLPL3): A construtora paulista de baixa renda destacou-se recentemente. A retomada do programa Minha Casa, Minha Vida e o programa Pode Entrar, da Prefeitura de São Paulo, impulsionaram lançamentos e vendas, tornando o setor de baixa renda um pilar constante em nossa carteira. Cury Construtora também se destacou, com essas empresas agregando 0,41% e 0,32%, respectivamente.
  3. Produtores de Proteína (JBS, Marfrig e BRF): Os produtores de proteína se beneficiaram diretamente do real depreciado e de preços menores das commodities agrícolas. A virada no ciclo pecuário e a força do mercado de frango tornam esses nomes presença frequente nos destaques semanais. No mês, os resultados foram: MRFG3 +0,37%; BRFS3 +0,26%; e JBSS3 +0,20%. No âmbito agrícola, também destacamos ganhos com operações em contratos futuros de commodities, somando +0,15% em outubro.

Para o restante do ano, nossas perspectivas seguem bastante positivas. Enxergamos na eleição de Donald Trump uma oportunidade para o Brasil aumentar sua participação no mercado internacional de commodities, especialmente agrícolas. As questões fiscais brasileiras devem receber atenção especial, ainda que a contra gosto do governo, com um pacote de cortes de gastos, o que pode aliviar as pressões sobre o dólar e a curva de juros. Por fim, os tão aguardados estímulos chineses, previstos para até 8 de novembro, podem marcar um fluxo positivo para mercados emergentes.

Posicionamos nossos fundos para capturar os ganhos nesse cenário com as seguintes estratégias:

  1. Aumento da duration da carteira de títulos indexados à inflação (NTN-Bs);

No último estresse da NTN-B longa durante os anos de 2015/2016, quando a taxa passou de 7%, o que vimos foi uma forte performance após a estabilização da situação. Nesse caso em 4 anos o retorno foi de 153% da NTN-B vs 40% do CDI.

2. Aumento da exposição a produtores rurais, beneficiados pela demanda chinesa, cujos ativos ainda estão em níveis de desconto recordes;

Historicamente a SLC Agrícola encontra-se nas mínimas na relação entre o preço de tela e seus ativos líquidos.

3. Aumento do risco da carteira de ações

4. Operações com Índice Futuro e estruturas de opções para ganhos mais acentuados;

5. Aumento da posição nos principais ativos constituintes do índice Ibovespa: Itaú, Vale e Petrobrás.

Agradecemos a confiança e reafirmamos nosso compromisso com uma gestão ativa e diligente.

Atenciosamente,

Equipe de Gestão Santa Fé