ATENÇÃO PARA AS FRONTEIRAS!
Janeiro/22 chega ao final conforme as previsões que temos para este ano: Muita volatilidade nos ativos de risco e indefinições, principalmente sobre o par – juros e inflação nos EUA. Somando a isso, ainda no contexto global, enfrentamos dúvidas sobre potenciais conflitos geopolíticos na região fronteiriça da Ucrânia com a Rússia devido aos alertas da OTAN e do presidente americano Joe Biden, os reais efeitos que podem acontecer com sanções aos países que apoiam aos russos e também com possível alta bastante forte dos custos de energia na Europa, com gás natural impactando preços ao produtor.
Aqui no mercado local, observamos uma melhora durante Janeiro no fluxo de investimentos no Brasil e principalmente para mercado de capitais dos estrangeiros que estavam bem quietos durante o último ano, ajudando a compensar todos os resgates que a indústria de fundos locais vem sofrendo. Isso ajudou bastante no fortalecimento do Real indo na contramão de toda uma cesta de moedas de mercados emergentes. Ativos que chamaram nossa atenção nesse fluxo foram os bancos listados tradicionais como Bradesco, BB e Itaú, além das ações de Vale e Petrobras grandes componentes do Ibovespa e do EWZ.
Já com o olhar para Fevereiro, o mercado global de ativos de risco deverá monitorar atentamente os dados da atividade e de inflação no hemisfério norte. Isso poderá dar boas indicações sobre a próxima reunião do FED em Março, ajudar a tirar um pouco das incertezas sobre o balanço do banco central norte americano e como será a normalização do FOMC com a curva nesse momento precificando 5 aumentos e em 7 reuniões restantes no ano. Também os dados de inflação da Europa serão monitorados com atenção e mesmo com o ECB ainda seguindo com um tom mais dovish em seu último comunicado. Por fim, do ponto de vista global os desdobramentos das reuniões dos presidentes europeus, americano e com Putin estarão no radar. Qualquer movimento atípico pode trazer bastante barulho para os mercados como um todo e qual seria o comportamento dos chineses nessa discussão. Na China que começa o mês em feriados de uma semana, são esperados desdobramentos sobre a venda dos ativos da Evergrande e também os dados de crescimento.
Por aqui, os mercados devem seguir com o mesmo ritmo de janeiro: papeis ligados a commodities sendo os destaques como a Vale e a Suzano como ativos que poderão ter boa performance, seguidos por papeis de segunda linha que aparentemente estão muito descontados.
Finalmente, cada vez mais a disputa pelo Planalto 2022 estará em nossa pauta, com provável definição da chapa PT-PSB com Lula e Alckmin; a possível escolha do vice presidente na chapa de Bolsonaro e o desfecho das investigações sobre Moro e o TCU. O Congresso voltará do recesso com pauta recheada por mudanças nos impostos de energia e combustíveis, que entendemos de difícil implementação e talvez volte à cena a potencial reforma tributária, com também improvável sucesso em ano eleitoral. Do lado micro, alguns deals no Mercado de Capitais voltam à cena como as ofertas de Arezzo, BRF, Equatorial e potencial privatização da Eletrobrás.
Nossa estratégia segue otimista com mercados emergentes e papeis cíclicos globais.
Publicado por
Fabio Mertz Focaccia
Partner & Investment Strategist at Santa Fé Investimentos