CARTA ANUAL SANTA FÉ AGRO

Prezados Clientes,

É com grande satisfação que completamos o segundo ano de gestão do Santa Fé Agro Hedge FIM. O final de 2023 e o primeiro semestre de 2024 trouxeram mudanças significativas nas perspectivas de mercado, tanto do ponto de vista macroeconômico, quanto no microcosmo das empresas. No agronegócio, o cenário seguiu a mesma linha. O mercado de grãos, que experimentou uma forte alta durante a pandemia, viu seus preços caírem drasticamente, aproximando-se dos níveis de 2020. Esse movimento foi impulsionado pela expectativa de uma safra recorde nos EUA em 2024, combinada com incertezas em relação à economia chinesa e à demanda por produtos agrícolas.

No Brasil, o ambiente se mostrou particularmente desafiador para a agroindústria nos últimos 12 meses. Condições climáticas adversas, como as tragédias no Rio Grande do Sul e incêndios em São Paulo e Goiás, somadas a quedas acentuadas nos preços, trouxeram volatilidade e perdas significativas para toda a cadeia agro. Essa “tempestade perfeita” resultou em baixa produtividade, compressão de margens e, em casos mais extremos, no descumprimento de obrigações financeiras. Diante deste cenário, a performance de muitos ativos financeiros ligados ao setor foi severamente prejudicada.

Contudo, é nos momentos de maior estresse e desconfiança que surgem as melhores oportunidades. O agronegócio é um setor cíclico, o que confere características únicas a serem consideradas na construção de uma carteira de investimentos. Howard Marks, renomado investidor e fundador da Oaktree Capital Management ,sabiamente afirmou: “You can’t predict. You can prepare.”.

É com essa mentalidade que a gestão do Santa Fé Agro tem preparado o fundo para os desafios e oportunidades que se apresentam no horizonte.

Carteira de Ações

As ações da agroindústria listadas na B3 enfrentaram um ano desafiador. Compressões de margem, redução de receitas e aumento de custos foram temas recorrentes. Contudo, alguns segmentos, como o de produtores de proteína – especialmente as empresas ligadas à produção de frango – destacaram-se positivamente. Esse desempenho foi impulsionado por fatores como a queda nos custos das commodities agrícolas, o enfraquecimento do ciclo pecuário nos EUA e a forte demanda por frango, que resultaram em margens robustas. Enquanto os produtores rurais lidavam com pressões em suas receitas, os grandes nomes da proteína aproveitaram um momento de crescimento único.

A seguir, apresentamos a performance detalhada de cada setor e empresa ao longo dos últimos 12 meses.

Carteira de FIAGROs

Para os FIAGROs, o cenário também foi desafiador. Em meio à espera por uma regulação definitiva, os fundos voltados ao agronegócio enfrentaram grandes perdas, refletindo o momento complicado da cadeia produtiva no Brasil. Alocações inadequadas resultaram em casos de inadimplência, prejudicando os pagamentos de dividendos e provocando uma forte realização nos papéis.

Posicionamento e Expectativas Futuras

Diante desse cenário, optamos por reduzir a exposição à renda variável, concentrando as alocações em empresas como BRF, JBS, Marfrig, Caterpillar, John Deere, Brasil Seguridade e Banco do Brasil. Nos FIAGROs, mantivemos nossa convicção nos gestores mais renomados, como Kinea, JGP, BB Asset e Itaú Asset, cuja gestão de risco e alocação se mostraram sólidas, evitando problemas significativos de default. Além disso, acreditamos que grandes produtores rurais como SLC e Brasil Agro, bem como as gigantes do papel e celulose, Suzano e Klabin, apresentam descontos atrativos, podendo oferecer bons retornos na virada do ciclo.

O agronegócio, como sempre, permanece no coração da economia brasileira, e estamos confiantes de que nossa estratégia atual posiciona o fundo para capturar as oportunidades que surgirão à medida que o ciclo evolui.

Lâmina Santa Fé Agro Hedge: https://santafe.com.br/wp-content/uploads/2023/04/L%C3%A2mina-Santa-Fe-Agro-Hedge-FICFIM.pdf

Atenciosamente, Equipe de Gestão Santa Fé.