O novo governo começou falando muito e assustando o mercado.
De um lado o presidente criticou a autonomia do Banco Central, a meta de inflação, o nível dos juros, além de voltar a falar em emprestar para os países vizinhos via BNDES e criar uma moeda comercial única entre Brasil e Argentina. Por outro lado, a nova equipe econômica procurou defender a responsabilidade fiscal falando mais do que efetivamente fazendo, ou ao menos, tentando indicar o que vai fazer. Muitas promessas e pouca ação efetiva.
O resultado de tudo isso?
Infelizmente o Brasil teve uma performance muito inferior aos seus pares emergentes e a curva de juros fechou pouco perto do que poderia de fato ter acontecido. Ficamos para trás!
Acreditamos que os emergentes serão o destaque em 2023 e temos chance de ser a cereja do bolo, desde que Brasília não atrapalhe! O que segue mandando no mercado continua sendo o fluxo estrangeiro que percebe a oportunidade, pois para o investidor local ainda há muitas incertezas com relação ao teto de gastos, dissonâncias entre governo e Banco Central e ainda muito barulho insistindo na rivalidade entre social e fiscal. Como sempre digo, o mercado não gosta de incertezas e por isso o Brasil permanece comendo poeira…
Seguimos olhando com bons olhos para a performance do mercado de ações no mundo. Acreditamos que 2023 será o ano dos emergentes, que já foram destaque desde a retomada dos mercados em outubro.
Para fevereiro, além do Carnaval, esperamos reajustes e volatilidade, que frente a análise macro exposta acima, são grandes oportunidades de entrada.
Publicado por
Paulo Battistella Bueno
Partner & Portfolio Manager at Santa Fé Investimentos