Nos dias de hoje, engajamento e governança estão na moda, mas já fazem parte da nossa rotina na Santa Fe desde 2007, quando nos tornamos uma das primeiras Assets signatárias do PRI (“Principles for Responsible Investment”).
Em 2010, fomos protagonistas em um episódio importante sobre governança corporativa, questionando um aumento de capital do Bradesco que considerava o mesmo preço de subscrição para as ações ordinárias e preferenciais que na época tinham um deságio grande e boa liquidez. O jornal Valor Econômico do dia 20 de dezembro de 2010 dedicou meia página ao embate, com uma matéria intitulada “Minoritário contesta Bradesco”.
Nenhum dos signatários do PRI na época nos apoiou. Fundações e Assets sequer se manifestaram e mesmo a CVM acabou saindo pela tangente, negando nosso pedido de suspensão da AGE que deliberaria sobre o aumento e apenas advertindo o Bradesco sobre a irregularidade de usar o mesmo critério em outros aumentos. Até hoje essa advertência vem sendo respeitada pelo Bradesco e por outras empresas (como, por exemplo, a Itausa) que costumavam adotar essa prática prejudicial aos minoritários. O episódio representou, sem dúvida, um divisor de águas sobre o entendimento da CVM nesse assunto.
Foi talvez o caso mais emblemático em que levantamos a bandeira da governança corporativa e do respeito aos minoritários em nossa gestão. O Bradesco nunca reconheceu a nossa vitória, mas sempre nos respeitou. Um bom exemplo disso é que, em 2012, o banco acatou uma sugestão nossa de dar início a um programa de ADRs para as ações ordinárias em NY, uma vez que as ações preferenciais já contavam com o programa, o que melhoraria a liquidez das ações e permitindo o acesso aos investidores estrangeiros.
Em 2012, com o anúncio do início do programa de ADRs para as ações ordinárias, enviamos uma carta ao presidente do Bradesco na época, o Sr Luiz Carlos Trabuco Cappi, parabenizando pela iniciativa. Resultado: recebemos um telefonema do próprio em agradecimento.
Esses episódios mostram que engajamento e defesa dos interesses dos minoritários fazem parte do nosso DNA.