IBOVESPA A 200 MIL PONTOS . PORQUE NÃO?
Quando vejo o que vem acontecendo nos mercados emergentes nas últimas semanas, logo me vem uma cena inesquecível do filme “Troia” em que os troianos vislumbram um horizonte repleto de navios gregos e com eles o herói “Aquiles” se preparando para a invasão!
O que vimos até agora é apenas a ponta do iceberg; o estrangeiro está voltando com força e esse movimento vai durar muito tempo!
Entre o dia 9 de novembro e o dia 8 de dezembro ingressaram na B3 R$ 39 bilhões dos quase R$ 90 bilhões que tinham saído até então; o EWZ segue firme em trajetória de alta arrastado pelos papéis mais líquidos como Petrobrás, Vale e bancos. O Real beira os R$ 5,00 valorizando-se expressivamente nas últimas semanas. Os juros recuaram sensivelmente após a captação do Tesouro Nacional no exterior com as taxas mais baixas da história!
Os estrangeiros ainda seguem com uma alocação muito inferior à média histórica e a virada no fluxo com a eleição dos Democratas nos EUA deve fazer com que essa alocação volte, pelo menos, aos níveis da média histórica, impulsionada pelo volume gigantesco de dinheiro fluindo pelo mundo afora, com todos os estímulos que tivemos recentemente para reativar as economias durante a crise do Covid-19.
Mas ainda é preciso analisar a situação interna da indústria de fundos com destaque para os Multimercados. Os grandes gestores já vinham fora do mercado de ações em 2019, não participando da alta de mais de 30% naquele ano. Seguiram fora no começo de 2020 e alguns se salvaram durante a baixa de março e abril, mas não foram capazes de entender as mudanças e mantiveram-se protegidos. O resultado disso foi uma performance medíocre por toda indústria em especial com muitos gestores renomados que não foram capazes de entender e tomar proveito das mudanças rápidas e intensas desse 2020!
Realmente os tempos mudaram, hedges e correlações que sempre funcionaram, em 2020 não surtiram efeito. O Apocalipse tão preconizado não veio e finalmente ninguém contava com a força dos mais de 3,2 milhões de investidores pessoas físicas que foram o destaque do ano até novembro.
Mega gestores e investidores estrangeiros precisarão alocar seus recursos em bolsa nos próximos meses. Em 2020 algumas dezenas de bilhões saíram da renda fixa para os fundos de ações e multimercados e essa captação segue crescendo. Nas últimas semanas esses gestores também começaram a se movimentar comprando lotes pesados dos papéis mais líquidos, fazendo com que Vale, Petrobras e bancos tradicionais tivessem valorizações expressivas.
Finalmente, considerando que os investidores pessoas físicas estarão cada vez mais ativos; que a alocação dos investidores estrangeiros está em níveis muito baixos em Brasil e emergentes e que os gestores de fundos locais estão tendo captação recorde e precisam alocar em bolsa, conclui-se que todos os caminhos levam a uma valorização expressiva do Ibovespa que é um índice concentrado e que subiu mais de 10 mil pontos nas últimas semanas somente impulsionado pelas chamadas “Blue Chips” e esse movimento deve tomar ainda mais força.
Então por que não pensar na possibilidade do Ibovespa bater os 200 mil pontos? Se Brasília não atrapalhar, esse cenário nos parece possível nos próximos dois anos. O tempo dirá se estamos certos! De nossa parte vamos seguir o fluxo e surfar essa onda!!
E você investidor vai ficar de fora?