Um dia em que o Ibovespa cai 7% não é um dia comum. Já vivenciei vários desde que comecei no mercado no final da década de 90 inclusive alguns limites de baixa, mas para essa turma que está chegando agora pode soar como algo inusitado, ainda mais diante do sensacionalismo da imprensa.
Hoje me perguntaram o que eu teria para dizer sobre o dia e tive a oportunidade de externar mais uma vez o que para nós é como um mantra aqui na Santa Fé: “Tenham sempre em mente que o mercado de ações vai tirar dinheiro de quem tem pressa para dar a quem não tem. Simples assim”.
Nesses dias de pânico esta nova leva de investidores em ações, mais do que nunca, deve estar sendo bombardeada por comentários como “você vai perder todo seu dinheiro jogando na bolsa…” ou ainda “bolsa é pra quem está lá dentro” e finalmente “você vai perder tudo aplicando na bolsa” todos obviamente precedidos por um “eu te avisei…” dos amigos ou de quem acha que tem conhecimento para falar…
Visando dar a nossa contribuição para democratização do investimento em ações, achamos oportuno fazer alguns comentários: em primeiro lugar não se aplica na Bolsa, se investe em ações de boas empresas tornando-se sócio delas. Deu pra visualizar a diferença? Quem aplica busca uma rentabilidade já prevista, as vezes garantida e via de regra nem tão interessante. Quem investe em ações de empresas bem geridas, líderes em seu setor, inovadoras e disruptivas está fazendo algo muito maior e visando um objetivo bastante diferente. Investindo você se torna sócio e como tal, se o negócio vai bem você terá seu retorno proporcional ao risco que tomou.
Em tempos de Selic a 4,25% vai ganhar quem tomar algum risco. Temos repetido isso aqui em nossos artigos e comentários. Na Santa Fé acreditamos que não existe investimento melhor do que investir em boas empresas cujo retorno é bem maior que essa Selic. O tempo da renda fácil do rentismo acabou e não será uma queda de 7% que vai mudar essa dinâmica.
Finalmente gostaria de dividir com vocês um exemplo de investimento em ações de grande sucesso feito por um investidor comum. Meu sogro comprou ações do Banco Itaú no início da década de 80 e conseguiu fazer um bom pé de meia, suficiente para ficar tranquilo na sua aposentadoria. Ele nunca foi profissional de mercado nem esteve lá dentro… simplesmente agiu com bom senso, como investidor, como sócio de uma grande empresa que ele admirava e acreditava e, o mais importante, não teve pressa!
Mais uma vez vale recordar: como na lenda de Robin Hood, que tirava dos ricos para dar aos pobres, “o mercado de ações vai tirar dinheiro de quem tem pressa para dar a quem não tem.” Cuidado com as manchetes sensacionalistas dos jornais nesses dias de queda acentuada e muita calma na hora de investir!!!