ISSO AQUI ÔH, ÔH …É TAMBÉM UM POUCO DE UMA RAÇA, QUE NÃO TEM MEDO DE FUMAÇA… E NÃO SE ENTREGA NÃO!
Novo mês e problemas antigos. Assim começamos novembro e inspirados na canção de Ary Barroso “Isto Aqui, O que é?”.
Vamos começar pelo cenário global que de uma maneira bem simplificada está apresentando um momento bem mais calmo, com um pouco menos de aversão ao risco no Hemisfério Norte e com tudo indicando para uma normalização da taxa de juros pelo FED nos próximos meses e aperto monetário coordenado em 2022. Resultados bem fortes das empresas, com geração interessante de caixa e recompras que levam as bolsas americanas e europeias as máximas históricas – atenções nossas voltadas para o custo de geração de energia, demanda de óleo e gás para as termelétricas na boca do inverno. Na Ásia ainda as preocupações recaem sobre as empresas de incorporação imobiliária, com algumas das grandes representantes deixando de pagar divida e somando a isso pressões do governo para reduzir emissões de carbono e menor consumo de energia “suja” com uso do carvão nas térmicas. Entendemos que a região possa apresentar um interessante potencial de valorização daqui em diante com solução desses problemas citados.
Aqui no Brasil segue toda atenção as decisões em Brasília. Voltamos no tempo com o iminente furo no teto de gastos, trazendo para nosso mercado muita volatilidade, incerteza e mais uma vez com muito uso político atrapalhando as decisões na economia.
Em momento algum, poderíamos imaginar uma SELIC em 2022 acima de 12% ou 13% como a curva vem nos indicando. Ruim para os brasileiros e gerando um custo extra muito grande com o pagamento de juros, desaceleração na economia, piora importante nas perspectivas macro e em ano que será dominado pela corrida ao Planalto. Momento então de atenção ao que poderá ser votado nos próximos dias.
Do lado positivo entendemos que os resultados das empresas que começaram a ser divulgados neste mês, deverão mostrar uma forte resiliência, força em empresas de valor, robusta geração de caixa e boas oportunidades. Gostamos de nomes como Ambev, Brasil Foods, Petrobrás, Cosan e Vale. Entendemos que mesmo diante de tanta incerteza, traduzida em aumento expressivo da volatilidade corrente, podemos estar diante de um cenário de múltiplos extremamente descontados e mesmo com revisões de crescimento nos lucros e receitas para acomodar o menor PIB projetado em 2022.
Vamos torcer por dias melhores, maior visibilidade e lembrando novamente a velha canção … É também um pouco de uma raça, que não tem medo de fumaça… E não se entrega não!
Publicado por Fabio Mertz Focaccia
Partner & Investment Strategist na Santa Fé Investimentos