MARCAS DA GUERRA
02 de 2022 – um mês marcado pela guerra
O mês de fevereiro foi marcado por bastante intensidade e com forte volatilidade aos mercados de risco pelo mundo e por aqui. A IBOVESPA teve alta de +0,89% e o CDI +0,75% – sendo que nossos Fundos tiveram desempenho de -0.1% para o Santa Fé Aquarius FIM e de +0,29% para o Santa Fé Scorpius FIA. Como já havíamos escrito em nossas duas últimas cartas ao mercado, a Guerra na Europa Oriental trouxe grande aumento de risco, mais pressão inflacionária para o mundo e com as commodities sendo destaque de alta. Relativamente bom para o Brasil e também para os países produtores de petróleo, metais e alimentos.
Vimos um forte fluxo de recursos de estrangeiros migrando ao Brasil, com muito foco nas empresas de óleo, mineração e siderurgia sendo ponto focal na boa performance no índice Ibovespa e lembrando dos pesos relevantes de Petrobras, Vale e todas as empresas de siderurgia.
O que esperar para o mês de março de 2022?
Todo foco de março será sobre o desenrolar da Guerra na Ucrânia e alguma esperança sobre o fim do conflito passando provavelmente por reconhecimento da CRIMEA como parte da Rússia por parte dos ucranianos além das duas regiões separatistas de Luhansk e Donetsk. Ainda é muito cedo para desenhar qualquer outra solução e dificilmente acreditamos que o conflito pode obter desenvolvimentos de maiores escalas com a participação da OTAN.
A economia da Rússia passa por apuros, muitas sanções banindo o país do comércio exterior e com uma decisão de importante relevância a ser ou não tomada pelos USA e EU sobre a importação de óleo dos russos – o que pode ainda mais prejudicar a questão inflacionária no hemisfério Norte e muito prejudicial para economias como Alemanha e França.
Ainda sobre o tema e o olhando para Brasil, podemos ver ainda mais fluxo de recursos estrangeiros migrando de Rússia para outros países emergentes. Temos que entender como o governo vai resolver a defasagem do preço do petróleo nos preços dos combustíveis no Brasil e também quais serão as soluções encontradas pela ministra da agricultura com os insumos e fertilizantes para o agronegócio.
Esse mês temos dados relevantes de inflação nos USA e também decisão do BCE (entender a leitura de inflação por parte da Christine Lagarde – presidente do Banco Central Europeu). Nossa estratégia segue otimista com os setores de commodities na Bolsa Brasileira – sendo mineração e siderurgia seguindo como nossas principais apostas. Além disso, o fortalecimento do BRL/USD deve continuar com mais entrada de recursos.
Outro tema que também acreditamos é dos juros nos USA subindo em ritmo mais forte e sendo impactado pelos dados de inflação com seus componentes energia e alimentos piorando por lá.
Publicado por
Fabio Mertz Focaccia
Partner & Investment Strategist at Santa Fé Investimentos