No mercado de ações existem duas grandes modalidades de negociação, o day trade e o swing trade. O day trade consiste nas operações que o investidor compra e vende um mesmo ativo, no mesmo dia, na mesma quantidade. Já o swing trade, é uma modalidade voltada para investimentos de curto prazo, ou seja, cada operação dura pelo menos alguns dias ou semanas.
Nos últimos anos, o número de pessoas físicas na B3 cresceu substancialmente. Em 2019, o número de investidores era de 1,4 milhão de CPFs e no 3° trimestre de 2022, este número foi de 4,6 milhões, um aumento de 229%.
O crescimento de investidores é algo positivo para o desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro devido a um maior número de pessoas interessadas em investir, gerando riqueza e dando maior liquidez aos ativos. Quando comparamos o crescimento de CPFs na Bolsa de Valores Brasileira com o indicador de interesse de pesquisa pelas palavras “Day trade” e “Swing trade”, no Google, nota-se que a procura pela palavra “Day trade” teve um aumento elevado em 2020, sendo superior que a palavra “Swing trade” em todos os períodos analisados, como exposto na imagem abaixo.
Isso nos faz refletir que os novos entrantes na B3 possuem maior interesse na modalidade day trade do que em investimentos de médio e longo prazo. Mas será que o day trade é uma boa opção?
Uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com mais de 24 mil day-traders que fizeram seu primeiro day trade entre 2013 e 2015, indicou que somente 11,2% decidiram insistir na atividade. Analisando os lucros obtidos em todos os pregões desta parcela, chega-se em um valor negativo de R$ -134,6 milhões e ao observar os day-traders de melhor desempenho, os mesmos não apresentaram performance animadoras – apenas 29 pessoas obtiveram lucro médio diário acima de R$ 300,00.
Essa modalidade de investimento, que pode ser entendida como especulação no mercado financeiro, foca seus ganhos na volatilidade e nos preços, ao invés de levar em conta os fundamentos da empresa e do setor em que a mesma atua. Com isso, o investimento em ativos pouco fundamentado incorre em um maior risco ao investidor, diminuindo as suas chances de obter lucro, uma vez que o mercado pode ser imprevisível e seguir tendências não capturadas por análises limitadas a poucas variáveis.
Por isso, caro leitor, fique atento: Mercado financeiro não é casa de apostas! O que há por aqui é muito trabalho, pesquisa, análise e visão macroeconômica. Tudo isso somando a um número vasto de opções de investimentos que atendem os mais variados perfis de investidor. Tenho certeza que você encontrará o investimento ideal para o seu momento.
Publicado por:
Rodrigo Pontes de Miranda Lopes de Farias
Partner & Investment Analyst at Santa Fé Investimentos