O RALLY DAS EXPORTADORAS
A economia brasileiro enfrenta desafios significativos, como o aumento da dívida pública e incertezas políticas, resultando em um prêmio de risco elevado para os ativos locais. A desvalorização do real e a alta nas taxas de juros aumentam o custo do capital para as empresas, principalmente aquelas com maior endividamento. No entanto, as empresas exportadoras se destacam, beneficiadas pela valorização do dólar, que torna seus produtos mais competitivos no exterior.
Setores como óleo e gás, mineração, celulose e agronegócio têm registrado ganhos expressivos, com empresas como Embraer, JBS e Klabin apresentando retornos acima da média. Esse contexto ressalta a importância da diversificação do portfólio, equilibrando ativos domésticos e estratégias de retornos consistentes diante das adversidades econômicas.
O cenário econômico brasileiro atual tem sido marcado por desafios fiscais significativos, com um aumento exacerbado da dívida pública e incertezas políticas contribuindo para um quadro de deterioração fiscal. Nesse contexto, o prêmio de risco dos ativos brasileiros elevou-se consideravelmente, refletido tanto nas maiores taxas de juros a longo prazo quanto na depreciação do câmbio. No primeiro gráfico, observamos o dólar ultrapassando o valor de R$6,00; no segundo, vemos a curva de juros DIF35 apresentando um aumento de mais de 300 pontos-base em sua taxa terminal em relação ao início do ano.
Com relação ao câmbio, além da questão fiscal descontrolada, também ocorreram motivadores externos, como a recente eleição de Trump, que prometeu medidas protecionistas para a economia americana, sugerindo assim uma moeda mais forte em comparação às demais.
Esse ambiente desencadeia um aumento generalizado no custo do capital para a maioria das empresas domésticas. Como resultado, há uma desvalorização expressiva das ações de empresas locais com maior endividamento e foco em crescimento.
Na contramão desse movimento, a valorização do dólar tende a beneficiar as empresas exportadoras brasileiras que possuem receitas em diferentes geografias, pois seus produtos tornam-se mais competitivos no mercado internacional. Setores como óleo e gás, mineração, celulose e agronegócio têm experimentado ganhos notáveis com a vantagem cambial, resultando em aumento de receitas e margens de lucro, já que parte considerável dos custos está atrelada ao real.
Exemplos de ativos expostos ao dólar incluem a valorização de empresas como Embraer, Marfrig, BRF, JBS, WEG, Petrobras, Klabin e Suzano. Todas essas registraram retornos bem acima da média, especialmente quando comparadas ao índice de small caps, composto predominantemente por empresas de menor capitalização mais ligadas à economia local, podendo ser observado no gráfico abaixo.
Dessa forma, dentre esse cenário econômico desafiador, marcado por incertezas fiscais e câmbio desvalorizado, as empresas exportadoras brasileiras têm desempenhado um papel crucial na mitigação de riscos e maximização de retorno. Esse balanceamento do portfólio tornou-se uma estratégia eficaz, nos permitindo equilibrar nossos fundos com ativos domésticos e foco em retornos consistentes.
Publicado por
Ricardo Leite Franco Filho
Partner & Investment Analyst at Santa Fé Investimentos
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