OS CICLOS
Nesta semana minha filha faz 18 anos. Estou em choque!
Muitos ciclos se encerram com esta data: A carteira de vacinação ficou completa, a formatura do Ensino Médio e o 1º namorado chegaram. É duro perceber que ela não tem mais medo de escuro, que quer passar o réveillon só com os amigos e que viajará sozinha em julho enquanto eu fico por aqui apenas na torcida. Uma sensação de vida que passou, de tempo que correu e o pior é que deixou um gosto de quero mais…
Enquanto eu refletia sobre o tema do meu artigo para este mês (performance positiva dos nossos fundos em maio) enxerguei um paralelo entre o ciclo da vida e os ciclos dos mercados. Estou pessoalmente passando por um “low completo”, ao realizar que minha bebê cresceu.
Neste percurso de reflexão lembrei de 2019, quando cheguei na Santa Fé: IBOVESPA disparando, juros despencando, CPFs se cadastrando loucamente na B3! O dinheiro não parava de entrar na gestora, clientes novos por todos os lados… era um bull market!
De repente veio a Covid, juros subiram e todo mundo correu da renda variável. Tudo o que antes era fácil, passou a ser praticamente impossível. Julho de 2021, vivíamos o início de um bear market.
Parece que o low me pegou de jeito… com minha filha comemorando a maioridade em um karaokê para o qual não fui sequer convidada, e os mercados de barriga no ponto mais baixo dos gráficos. O que há de bom nisso? O encerramento de um ciclo significa o início de outro.
Quando analisamos o gráfico abaixo do IBOVESPA dolarizado nos últimos 40, 50 anos, vemos claramente que os ciclos de alta são mais fortes e intensos que os de baixa e é possível perceber um momento de absorção de energia para mudança, para a estilingada!
Tudo muda! Vamos entrar em uma nova fase, com novas descobertas e ganhos relevantes, estamos olhando para cima, respirando fundo para começar a escalada. Na visão da Santa Fé, este momento está bastante próximo e alguns gatilhos apontam isso:
- A sinalização de fechamento das Bs longas (títulos públicos indexados ao IPCA) evidenciando uma provável queda dos juros;
- O interesse dos investidores pelas small caps empresas com menor liquidez na B3 que, normalmente, se beneficiam em momentos de juros mais baixos.
A grande sacada é perceber este momento de acúmulo de energia para a subida, conseguir entrar no momento do low, na baixa, com os preços dos ativos baratos no melhor estilo “fim de feira”. Este é o nosso trabalho aqui na Santa Fé: encontrar o melhor ponto de entrada para buscar absorver todos os ganhos da virada. Nossos fundos em maio estão com performance bastante acima dos seus benchmarks.
Até segunda-feira, 22/05, o Scorpius valorizou 6,15% enquanto o Ibovespa 5,64%, o Aquarius 3,31% contra um CDI de 0,76% e o Agro 3,75% contra o mesmo CDI. Quando os 150 mil pontos chegarem, muitos investidores vão abrir os olhos, perceber que os ganhos da renda fixa voltaram a ser infinitamente menores que os da renda variável e que é caro sair antes da hora do seu pré-fixado. Perdem o timing, perdem os ganhos…
No paralelo com a vida real, minha filha também vai seguir crescendo e amadurecendo! Vai conquistar seus sonhos e compartilhá-los comigo. Ela terá uma carreira, a sua própria família e nós duas, juntas, conheceremos uma nova fase… Não quero perder este timing pela melancolia imposta pela passagem dos anos. Sim, teremos ainda muitos momentos de felicidade e parceria que só a vida adulta nos proporciona.
É verdade, 18 anos se passaram para Rafa, 18 meses para a Santa Fé, mas outros estão por vir e quer saber? Estou bem ansiosa para vivê-los! Que venham os novos ciclos, estou preparada para eles!
Publicado por
Fernanda Lancellotti
Partner & Head of Investor Relations at Santa Fé Investimentos