Pensando Fora da Caixa: Santa Fé nos mercados emergentes

Fugir do consenso e explorar oportunidades além do radar do mercado é parte da essência da Santa Fé. Por isso, em meio a um cenário de maior apetite global por risco e realocação de capital para países emergentes, identificamos quatro teses que reforçam nossa visão de diversificação e retorno: África do Sul, Coreia do Sul, Chile e China. Cada uma delas reflete uma combinação de fundamentos locais, tendências globais e gatilhos específicos que justificam suas posições em nossos fundos.

Nosso objetivo com essas teses é claro: capturar valor onde o mercado ainda enxerga incerteza. Em um mundo que se reorganiza após o fim do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, as geografias emergentes voltam a ganhar protagonismo. E dentro desse movimento, há ativos que se destacam tanto pelo potencial de valorização quanto pelo papel estratégico que desempenham no novo ciclo global.

EZA – África do Sul: ouro, bancos e estabilidade

O primeiro destaque é a África do Sul, representada em nosso portfólio pelo ETF EZA, que replica o MSCI South Africa. O país combina duas forças estruturais relevantes: o setor de mineração, especialmente o de ouro, e um sistema financeiro sólido.

O ouro, que recentemente atingiu máximas históricas, reflete uma mudança estrutural nos fluxos globais. Bancos centrais têm ampliado suas reservas no metal e reduzido exposição a títulos da dívida americana, em busca de proteção e diversificação. Esse movimento beneficia mineradoras sul-africanas, que têm peso expressivo no índice. Paralelamente, as instituições financeiras do país mantêm boa rentabilidade e fundamentos sólidos, reforçando a atratividade local.

A tese vai além de um simples trade setorial: representa uma forma de capturar o fluxo macro que migra para emergentes, aliado à exposição em ativos reais que tendem a performar bem em ciclos de reprecificação do dólar.

EWY – Coreia do Sul: infraestrutura da inteligência artificial

O segundo caso é a Coreia do Sul, via ETF EWY, que replica o MSCI Korea. O país é uma das engrenagens centrais da revolução tecnológica e, ao mesmo tempo, um beneficiário direto da rotação de fluxo global para mercados emergentes.

A composição do índice é dominada por nomes como Samsung Electronics e SK Hynix, que juntas representam cerca de 30% do portfólio e são referências mundiais em semicondutores e infraestrutura para inteligência artificial. Analistas projetam um crescimento próximo de 30% na demanda por chips até 2030, sustentando a tese de valorização do setor.

Mesmo após um período político conturbado, o mercado sul-coreano mostrou resiliência, com o índice performando de forma consistente. A exposição no EWY é, portanto, uma forma de capturar a segunda derivada da tese de IA, investindo não nas gigantes de software, mas nas empresas que constroem a base tecnológica que viabiliza o avanço da inteligência artificial no mundo.

ECH – Chile: o elo entre finanças e commodities estratégicas

A terceira tese é o Chile, acessada por meio do ETF ECH, que reflete o MSCI Chile. O país combina um sistema financeiro consolidado com forte exposição a commodities estratégicas, especialmente o cobre e o lítio.

O Chile é um dos maiores produtores de cobre do mundo, um insumo essencial para a nova economia digital, seja na fabricação de chips, semicondutores ou data centers. Assim, o país se beneficia de forma indireta da expansão da inteligência artificial e da corrida por energia limpa e infraestrutura tecnológica.

No campo político, o país caminha para uma possível mudança de ciclo, com eleições marcadas para novembro que podem sinalizar uma guinada liberal e um ambiente mais pró-mercado. Essa combinação de estabilidade institucional, fundamentos sólidos e exposição a metais críticos faz do Chile uma das teses mais equilibradas dentro do nosso portfólio de emergentes.

CQQQ – China: tecnologia, escala e reposicionamento global

Por fim, a China, por meio do ETF CQQQ, que reúne as principais empresas de tecnologia listadas em Hong Kong e ADRs em Nova York. O índice é dominado por gigantes como Tencent, PDD Holdings e Baidu, companhias que vêm liderando a nova fronteira da inteligência artificial e do ecossistema digital chinês.

Mesmo diante das tensões geopolíticas e da reconfiguração de cadeias globais, a China segue investindo forte em tecnologia e inovação, com apoio direto do governo. O país disputa de igual para igual com os Estados Unidos a liderança tecnológica, e em algumas frentes, como aplicações de IA e integração digital, já demonstra vantagem competitiva.

Acreditamos que o setor de tecnologia chinês tem potencial de valorização relevante, tanto pelo nível descontado dos valuations quanto pela perspectiva de retomada de crescimento em um contexto de estímulos internos e aumento de produtividade.

Conclusão

Essas quatro teses representam o espírito do “Pensando Fora da Caixa”: buscar oportunidades onde poucos olham, entender as nuances de cada mercado e construir portfólios que combinam visão macro, fundamentos micro e convicção de longo prazo. África do Sul, Coreia do Sul, Chile e China simbolizam não apenas geografias distintas, mas também vetores complementares de crescimento dentro de um mesmo ciclo de reprecificação global.

Mais do que boas histórias, essas posições têm se traduzido em resultados concretos. Com base no fechamento de 27/10/2025, o SF Aquarius acumula alta de 20,75% no ano, contra 11,51% do seu benchmark (CDI), enquanto o SF Scorpius avança 30,97%, superando o Ibovespa, que sobe 22,19% no mesmo período. Parte relevante dessa performance é explicada justamente pelas operações em mercados emergentes, como o EWY, posição que registra ganho de 32,66% no acumulado do ano, reforçando o papel estratégico dessas teses dentro da alocação global da Santa Fé.

Num mundo que volta a premiar o risco e a eficiência, estar posicionado nos emergentes certos pode ser o diferencial entre acompanhar a tendência e antecipá-la.


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Equipe Santa Fé