QUEM É QUEM NO SETOR DE SAÚDE?
Acredito que a primeira imagem que aparece na mente das pessoas quando se pensa em alguma empresa do setor de saúde são os hospitais, mas a cadeia de saúde brasileira é bastante ampla, tendo diferentes empresas para atividades diversas. Na figura abaixo, pode-se observar o mapa da cadeia da saúde suplementar brasileiro, ilustrando as atividades realizadas desde os insumos básicos até o consumidor final.
Fonte: De Azevedo et al. (2016)
O Setor de Saúde brasileiro opera em um ambiente regulado por vários agentes, com destaque para a ANS, que é a responsável pela fiscalização das operadoras de planos de saúde e pela regulação do mercado, e a Anvisa, com a finalidade de promover a proteção da saúde da população. Os insumos seguem pela cadeia, geralmente, por meio dos distribuidores ou diretamente pelos fornecedores de materiais. Já os prestadores de serviços de saúde são os responsáveis pelo atendimento ao paciente, podendo ser por hospitais, laboratórios ou por médicos. Os pacientes, por fim, possuem acesso ao sistema por meio das operadoras de planos de saúde.
Entendido como funciona a cadeia, quais são as empresas disponíveis para investimento e suas diferenças?
A tabela abaixo ilustra as empresas do Setor de Saúde listadas na Bolsa Brasileira divididos pelos segmentos de atuação:
Existem dois grandes grupos, os pagadores e os prestadores de serviço. Os pagadores são as operadoras e as corretoras de saúde, que administram, comercializam ou disponibilizam planos de saúde. De acordo com o último dado da ANS, referente a agosto de 2022, o Brasil possuía 49,9 milhões de beneficiários, sendo 69% coletivo empresarial, 18% individual ou familiar e 13% coletivo por adesão, e uma taxa de cobertura (percentual da população coberta por planos privados de saúde) de 25,7%. Vale destaque neste segmento para as verticalizadas, que são empresas que centralizam toda a operação, ou seja, o atendimento ao beneficiário é realizado em rede própria, tendo como exemplo a Hapvida, que faz a venda de planos de saúde e também possui rede própria de hospital.
Já os prestadores de serviços são as empresas que realizam o atendimento ao cliente, sendo os hospitais, as farmácias, os laboratórios, as clínicas e os médicos. Segundo a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), em 2021 o Brasil possuía 6,4 mil hospitais e conforme a CNES, o Brasil possuía 447,6 mil leitos em 2021, sendo 69% de leitos públicos e 31% de leitos privados.
As farmácias, por sua vez, são estabelecimentos de saúde que os consumidores procuram por produtos farmacêuticos, mas as empresas também geram receita além da própria loja, podendo ser por distribuição, sendo responsável por toda a logística, e pela indústria, sendo responsável pela fabricação. A Panvel, por exemplo, atua nestas três divisões, tendo sua rede própria de lojas (Panvel), sua distribuidora (Dimed) e seu laboratório (Lifar). Por fim, os laboratórios/ clínicas são empresas que realizam exames laboratoriais, sendo um segmento bastante fragmentado, tendo as 5 maiores empresas com uma participação de 35% no faturamento do setor.
Sendo assim, é fundamental entendermos em qual segmento está inserida cada empresa antes de realizar o investimento, pois cada setor possui características e riscos diferentes, diminuindo, assim, o risco de perda de capital.
Publicado por:
Rodrigo Pontes de Miranda Lopes de Farias
Partner & Investment Analyst at Santa Fé Investimentos