RESPONSABILIDADE SOCIAL E FISCAL CONVERGENTES. SIM, É POSSÍVEL!
Na semana passada vimos o presidente eleito duelando entre fiscal x social, o que certamente gera insegurança para os gringos e ansiedade ao investidor local quanto ao futuro da economia. As small caps derreteram e o dólar se valorizou.
O Brasil que era a “alternativa” entre os emergentes, vê-se em maus lençóis após 15 dias de lua de mel com o novo presidente. O mais triste de tudo isso é que monta-se um discurso de rivalidade entre economia e o social, quando a verdade é que não há medida social sustentável em economias frágeis.
Como muitos de vocês sabem, a Santa Fé é mantenedora de um projeto social em São Paulo que apoia mais de 400 crianças e jovens com projetos de educação, cultura e esporte, do qual atualmente sou a presidente do conselho – www.bencaodivina.org.br. Por isso me sinto confortável em afirmar: quem mais sofre com a irresponsabilidade fiscal é o mais pobre, que vê seu dinheiro ser devorado pela inflação e, mesmo com todos os apoios do governo, seu poder de compra diminui muito.
Medidas assistencialistas são de fato importantes em certos e delicados momentos, como o apoio emergencial da COVID 19, quando não havia alternativa e o governo tinha o dever cívico de apoiar tanto os cidadãos brasileiros, diretamente, quanto os empresários e empreendedores. Mas no dia a dia devemos retomar a lição nº1 de finanças pessoais: nunca gaste mais do que ganha! Os investimentos sociais devem ocorrer de forma responsável e respeitando a arrecadação.
Em países desenvolvidos, como Alemanha, os apoios sociais estão diretamente ligados a questões fiscais, pois são concedidos aos cidadãos empregados, que contribuem para a arrecadação fiscal do país. Está trabalhando e é estudante? Recebe apoio para pagar aluguel, transporte para faculdade e até mesmo verba para compra de material de estudo. Desta forma, o país não está dando o peixe, mas sim induzindo a pescar. Meritocracia, apoio e incentivo à frequência escolar. Desta forma é claro o sucesso de projetos sociais, pois a população se capacita, gera renda e cada vez menos é necessário este tipo de apoio. Ciclo da produtividade e prosperidade. O problema é quando ocorre o oposto. Está desempregado? Tem muitos filhos? Não tem formação? Então recebe apoio. Percebe como o ciclo é oposto? não capacita a população e muito menos a motiva a sair do lugar. E o pior, injeta altos volumes de dinheiro nas economias, endivida o país e acaba trazendo a inflação para diminuir fortemente o poder de compra da população mais pobre. Imposto perverso. Complicado…
Enfim, nada está definido ainda aqui no Brasil. Só sabemos que o valor solicitado na PEC da transição é muito superior ao Auxílio Brasil somado com o aumento do salário mínimo. Ainda não sabemos o nome do ministro da economia e por hora o que temos são especulações apenas. É necessário seguirmos atentos, com olhos e ouvidos muito abertos para qualquer novo fato e assim continuarmos com o modo “waze” ativado, prontos a recalcular a rota sempre com foco no melhor retorno para nós e nossos clientes.
Para entender, no detalhe, todos os ajustes feitos nas nossas carteiras e os pontos de atenção da nossa equipe, assista na íntegra a Santa Live de sexta passada:
Agora, quer saber como fazer para apoiar o LAR? Não tenho dúvidas em responder: Patrocine um projeto, apoie mensalmente com qualquer valor, seja voluntário! Assim podemos contratar professores, gerar renda, capacitar nossos jovens e adentrar no ciclo virtuoso, como na Alemanha. Presentes, comida, doces, são bem vindos, mas de forma pontual e emergencial. O verdadeiro apoio é a educação na veia!?
Boa semana!
Publicado por
Fernanda Lancellotti Partner & Head of Investor Relations at Santa Fé Investimentos