JUNHO COM BAIXAS TEMPERATURAS PARA OS MERCADOS PELO MUNDO.
Quais foram os desafios enfrentados no mês de junho de 2022?
Mês de junho seguindo todo o desenho daquilo que foi a dinâmica até aqui desse ano e fechando um semestre de bastante volatilidade com incertezas e trazendo a “patada” do urso com mercados americanos (S&P, Nasdaq e DJIA) entrando em bear market. O Santa Fé Aquarius FIM encerrou o mês com queda de -5,02% e comparado com benchmark em 1,01% do CDI equivalente e o Santa Fé Scorpius com queda de -14.13% e que se compara com -11,50% do Ibovespa no período. A atribuição de performance veio marcada por queda expressiva no book de renda variável tanto da parte local, quanto em nossas posições nos USA; marcação a mercado das posições nos títulos públicos no Brasil (NTNB´S) e com destaque positivo para nossa posição comprada em ações chinesas. Entendemos que a liquidez do mercado continua bastante apertada e com movimentos muitas vezes exacerbados e principalmente nas small caps.
Quais são as perspectivas para o mês de julho de 2022?
O mês de julho será muito importante no hemisfério Norte e como estamos escrevendo desde o começo do ano, com todo o foco no cenário inflacionário global e piorando com a continuidade ainda da desnecessária guerra na Ucrânia e indefinições na cadeia produtiva chinesa. Já começamos o mês com a ATA do FOMC na primeira semana e que poderá indicar o continuísmo do aperto monetário de +0,75% nas reuniões do FED no final do mês. Extremamente importante entender nessa ATA como Powell e equipe vão lidar com a inflação que não tem mais um caráter transitório, sem machucar o ritmo da acomodação da economia com alta nos juros e tentando driblar uma potencial recessão ainda no último trimestre desse ano. Movimento esse que deverá ser acompanhado pela Europa, Australia e também Reino Unido – deixando duvidas o posicionamento do BOJ Japonês que segue com uma postura errática e dovish. Partindo para o velho continente vamos observar a movimentação na Alemanha e na França para evitarem a falência da matriz energética sem gás, sem petróleo russo e com carvão sendo a única alternativa, mas conflitando com os acordos ambientais e de sustentabilidade recentemente assinados e colocando em xeque mate potencial crescimento por lá. Já em relação a China nosso otimismo com consumo local segue para esse mês, entendemos que apesar dos desafios das autoridades do PBOC em controlar o COVID-19, o país mantém um forte comércio bilateral com a Rússia e proporcionando vantagens relativas na compra de energia, alimentos e podendo sair fortalecido no combate à inflação global.
O mercado local também enfrenta desafios e todos vindos de Brasília com provável aprovação no começo do mês da PEC dos combustíveis e os efeitos por um lado benéficos que o mesmo poderá trazer para a campanha de reeleição do atual presidente, mas deixando muitas dúvidas sobre a situação fiscal no próximo governo.
Estamos no 2º semestre e vamos virar a página!
Publicado por
Fabio Mertz Focaccia
Partner & Investment Strategist at Santa Fé Investimentos