Nestas férias, meu marido e eu, fomos conhecer a região vinífera brasileira do Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul. Fiquei impressionada!

Não só a beleza natural, mas os vinhos e a excelente gastronomia do local tocaram meu coração! Também, e principalmente, me emocionou a percepção da força do sangue no agronegócio brasileiro.

Conhecemos mais de 15 vinícolas. Das grandes e estruturadas com produções maiores que seis dígitos, às ainda pequenas, chamadas “boutiques”, com vinhos praticamente “feitos à mão”. Cada uma com sua graça e diferencial mas com algo latente em comum: a herança familiar do negócio.

Foi mesmo emocionante sermos atendidos por quartas e quintas gerações de imigrantes italianos, sua grande maioria da região do Veneto (a mesma do meu nono, diga-se de passagem), e perceber o brilho nos olhos e o orgulho que faz estufar o peito. Todos formados enólogos, sommeliers ou engenheiros agrícolas pela Federal do Rio Grande do Sul. Lindo de ver, maravilhoso de saborear e nos deixou um gosto de otimismo e esperança no futuro!

Essa vivência foi mais uma constatação que constantemente se vê na agroindústria e que coloca abaixo as “lendas” de que empresas familiares carecem de profissionalismo.

Na Santa Fé, uma casa de Equities e Agro, nós conhecemos a fundo o setor Agro, não só porque acreditamos que é o setor para se estar posicionado mas, principalmente, porque nossos sócios fundadores, há 40 anos, também são produtores rurais: são nossos gestores de botina! Desta forma, admiráveis empresas que compõem as carteiras de nossos fundos são do Agro: SLC, Vittia, JBS, Minerva, Cosan, Kepler Weber, Sao Martinho, Jalles Machado. Pela narrativa deste texto, vocês podem imaginar o que elas tem em comum? Sim! Todas são ou te origem em empresas FAMILIARES!

O amor pelo campo e pelo trabalho com a terra ou com animais é contagiante e realmente passa de pai para filho. Pode isso ser considerado carência de profissionalismo? Como pode ser dito que empresas que possuem capital aberto em bolsa, tem seus balanços auditados, reportam resultados, possuem estruturas robustas de governança corporativa e são familiares, sejam consideradas carentes de profissionalismo de alqguma forma?

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, certo? Vamos aprender a separar joio do trigo e pingar os “is”. Competência não tem relação com sobrenome e o mercado está aí para provar! Sangue é orgulho e pode sim ser o combustível ideal para transpassar as fronteiras geracionais. Não é à toa, que muitos médicos, são filhos, netos e bisnetos de outros nomes de peso da profissão. O mesmo acontece com advogados, dentistas e até esportistas. Porque no mundo empresarial há ainda essa anti-cultura nociva?

O Agro e suas empresas de notório sucesso, vem sendo responsável por mais de 25% do PIB de nosso país nos últimos anos e dessa forma, prova que sim: Família é força. Exemplos de casa podem ser inspiração e motivação para o futuro. O passado é a experiência que corta caminhos para o sucesso de gerações subsequentes e o presente é o ânimo e o vigor para aprender e seguir em frente. O que foi e o que virá dependem do agora, fórmula mágica que mistura história e inovação.

Nesta semana que precede o dia dos pais, desejo, com este texto, homenagear todos os empreendedores que iniciaram tantas e tantas empresas de sucesso que passam por gerações, renovam-se e evoluem, deixando marcas geracionais que orgulham, inspiram e estimulam o crescimento, não só de uma família, mas de tantos empreendimentos familiares de sucesso!

Parabéns aos patriarcas e às matriarcas que iniciaram, juntamente com suas famílias, foram capazes de gerar tanta riqueza, no Brasil e no mundo. Parabéns ao meu pai, meus avós e bisavós, empreendedores ímpares que sempre serão a minha inspiração.